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Com a palavra a ciência

Meditação Sahêj Sukh para esvaziar-se

Em sua obra O Portal das Nuvens, o mestre zen Yunmen diz que, “a verdadeira vacuidade não  destrói o ser, e a verdadeira vacuidade não difere da forma. A vacuidade simplesmente impede que o  individual insista em si mesmo. Ela afrouxa a rigidez da substância.”  

Isso é profundo, desafiador e libertador para nós ocidentais, já que contraria nosso modo de pensar  o mundo. Em nossa cultura, há uma pressão que nos compele a criar constantemente algo que  fixará nossa marca no mundo. E, para que isso dê certo tendemos a acrescentar nela tudo que a  nutra – posses, propriedades, ideias, coisas – porque sentimos que assim manteremos nossa  substância lustrosa, musculosa. Deste modo, existir é, ao mesmo tempo, possuir a si mesmo e  regular-se continuamente sob uma condição: a de manter a separação e a distinção bem nítidas, de  forma a delimitar claramente o outro de mim. Por isso, estamos muito mais fechados em nós do que  abertos ao outro, à natureza. Por isso também estamos sobrecarregados e mutilados no âmago.  

E o que a experiência de esvaziar-se nos trás? acima de tudo relaxamento. Ela desarrocha nossa  carga e nos faz leves, fluídos, calmos e satisfeitos. Eu gostaria que você experimentasse a vacuidade  que essa meditação simples oferece, não para acrescentar qualquer coisa à sua substância, como  brilho e vigor espiritual. Não, nada disso. A experiência da vacuidade que proponho abdica do  trabalho de produzir qualquer coisa. Nada é imposto, não há demandas ou estresse, não há  expectativas. Há apenas o vazio no qual “os seres habitam uns nos outros sem se impor uns aos  outros, sem se impedir mutuamente” como explica Byung-Chul Han. Então, vamos experimentar? 

SAHÊJ SUKH DHYAN  

Do sânscrito Sahêj significa sem esforço, sem tensão; Sukh significa conforto e Dhyan meditação.  

A POSTURA:  

Você pode se assentar numa cadeira, no sofá, ou mesmo no chão. A coluna deve ser mantida ereta  e o queixo ligeiramente puxado para dentro. Projete o peito delicadamente para fora. Tudo muito  delicado, sem exageros. Olhos fechados. Esta meditação pode ser feita com ou sem um mudra, fica  a seu critério.  

A RESPIRAÇÃO:  

  • Inspiração: mentalmente vibre o mantra Sat Nam 3 vezes enquanto inspira. Segure o ar dentro dos pulmões, e vibre mentalmente mais 3 vezes o mantra.  
  • Expire: mentalmente vibrando o mantra em uma única vez, longamente.  

Sat Nam quer dizer: o que o instante revela (Nam), é verdadeiro (Sat)  

TEMPO:  11 minutos. Tempo mínimo de 3 minutos.  

PARA FINALIZAR: Inspire profundamente, segure por 10 segundos, expire. Relaxe e permaneça de olhos fechados e  contemple sua experiência sem interferir. Deixe o vazio te tomar. 

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