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Com a palavra a ciência

E com vocês, o cérebro! 

Ah, prepare-se para ficar de boca aberta! O cérebro é um espetáculo. Vocês sabiam que são  necessários 82.944 processadores e 40 minutos de trabalho para que um supercomputador simule 1  segundo de atividade cerebral humana? O cérebro humano é um assombro, uma verdadeira teia de  conexões neurais, com tantas sinapses que até perdi a conta! Estamos falando de aproximadamente  100 trilhões de sinapses, minha gente! É como uma cidade movimentada, com bilhões de neurônios  conversando entre si o tempo todo, circulando em alta velocidade na nossa cabeça. Segundo a  neurocientista brasileira Suzana Herculano-HouzelI, temos uma comunidade de 86 bilhões de  neurônios e cada um deles com sua própria personalidade eletroquímica e GPS, transmitindo  informações, compartilham segredos, trocando ideias e mantendo tudo funcionando. Eles não têm  medo de se conectar e quando se trata de processar informações, o cérebro é um espetáculo a  parte. Ele é capaz de fazer várias tarefas simultaneamente, com diferentes regiões cerebrais  trabalhando em conjunto para processar informações sensoriais, memórias, emoções e realizar  tarefas cognitivas complexas. Ele não existe pra ser durar pouco, mas ele requer atenção e cuidado.  Vamos cair de amor por esse super órgão? 

A GENIALIDADE NÃO ESTÁ NA QUANTIDADE DE NADA  

Uma das contribuições mais importantes da Suzana foi revelar que a quantidade de neurônios no  cérebro humano não é tão superior à de outros animais de grande porte, como primatas, elefantes e  golfinhos, como se acreditava anteriormente. Essa descoberta destrona a ideia de que a quantidade  de neurônios está diretamente relacionada à inteligência.  

Se a nossa genialidade não está na quantidade de neurônios, qual é o segredo que torna nossos  cérebros diferentes dos outros animais importantes, como primatas, elefantes e golfinhos? Rufem os tambores, por favor… São as conexões cerebrais, pessoal! Nossos cérebros estão conectados de  uma maneira que os torna a maior rede de interação conhecida. Ele tem mistério, charme e prodígio.  Tudo se resume a essas intricadas vias neurais que nos permitem conectar os pontos, compartilhar  ideias e se reinventar sempre. Embora outros animais possam ter uma comunidade neuronal  considerável, seus cérebros simplesmente não têm o mesmo nível de interação neural. Os neurônios  humanos interagem e dão vida à história que eles contam. Não é o tamanho que importa, mas como  você usa o cérebro para processar informações! 

PROCESSANDO VOCÊ E O MUNDO EM ALTA VELOCIDADE  

No universo do processamento de informações, o cérebro é inigualável. Estudos sugerem que o  cérebro pode processar informações em uma velocidade estimada em centenas de trilhões de  operações por segundo. É um desempenho fabuloso de cálculos que deixa qualquer  supercomputador com inveja! Todo esse processamento precisa ser armazenado, e neste sentido o  cérebro também deixa qualquer um, beje. Ele guarda um tesouro de informações, desde memórias  pessoais até conhecimentos adquiridos ao longo da vida. É como se tivéssemos um HD gigantesco  dentro da cabeça, capaz de acumular uma quantidade inimaginável de dados. Sua capacidade de  processamento e armazenamento é influenciada por vários fatores, incluindo a eficiência das  conexões sinápticas e a organização das redes neurais. É aqui que entra toda a diferença que o  estilo de vida pode fazer quando se trata de preservar o cérebro. Degeneração precoce deste órgão  ocorre demais entre várias pessoas que, infelizmente, não entenderam ou não conseguiram criar  hábitos para a saúde cerebral. Mas, a boa notícia é que, se você quiser reverter essa situação é  possível porque o cérebro se regenera e cresce até você morrer. Sim, a ideia de um cérebro estático  já foi superada! 

TUDO ISSO E MUITO MAIS  

A ideia de que os neurônios não cresciam foi amplamente aceita até meados do século XX. Foi  apenas na década de 1960 que surgiram as primeiras evidências de que o cérebro adulto poderia  gerar novos neurônios, desafiando a visão anteriormente estabelecida. Hoje sabemos que os  neurônios são capazes de se regenerar e formar novas conexões, um fenômeno chamado  neurogênese. Descobrimos que o cérebro é muito mais flexível e dono de uma plasticidade única. Essa nova perspectiva traz uma esperança renovada. Agora sabemos que o cérebro tem a  capacidade de se adaptar, aprender e se recuperar de lesões.  

Nós somos seres em constante transformação, com um cérebro resiliente que pode continuar  crescendo e se desenvolvendo ao longo de nossas vidas. A plasticidade Neural é a capacidade do  cérebro de se adaptar e mudar ao longo da vida em resposta a experiências e aprendizado. Ele  muda quando mudamos! Pesquisas mostram que a prática repetitiva de uma habilidade pode levar a  mudanças estruturais no cérebro, fortalecendo as conexões entre os neurônios envolvidos nessa  habilidade específica. 

Ainda, o cérebro é responsável por uma ampla gama de funções cognitivas, como memória,  linguagem, atenção, raciocínio e emoções. Por exemplo, o hipocampo desempenha um papel crucial  na formação e recuperação de memórias, enquanto o córtex frontal está envolvido no controle  executivo, que inclui planejamento, tomada de decisões e resolução de problemas.

O CÉREBRO FOI FEITO PRA DURAR, MAS…  

A degeneração precoce do cérebro é um golpe cruel que assombra muitos. Neurônios valiosos se  desvanecem, memórias preciosas desaparecem como fumaça. A mente, outrora brilhante, se  obscurece, como um sol que se põe em pleno dia.  

As doenças degenerativas do cérebro são condições complexas e progressivas que afetam milhões  de pessoas em todo o mundo, e pode ser atribuída a uma variedade de fatores complexos e  multifacetados. Não estou falando do envelhecimento, que naturalmente implica numa diminuição  gradual da massa cerebral e uma redução na eficiência das vias de comunicação neuronal. O que eu  estou dizendo é que há uma degeneração precoce, em cérebros de pessoas adultas jovens ou  maduras, fora da hora! O cérebro está equipado para se renovar sempre desde que suas crenças  pessoais permitirem você mudar e se lançar em novos territórios.  

As doenças que degeneram precocemente o cérebro, como o Alzheimer, Parkinson e a esclerose  múltipla não acontecem apenas porque certos genes na pessoa se expressam. A hereditariedade  desempenha um papel importante na suscetibilidade individual à degeneração cerebral, mas como já  conversamos antes, a epigenética é que pode realmente dar a ultima palavra, e neste caso, os  marcadores epigenéticos que protegem e contêm a expressão desses genes defeituosos dependem,  essencialmente, do nosso estilo de vida. 

Fatores como uma alimentação inadequada, falta de exercício físico regular, tabagismo, consumo de  álcool e exposição a substâncias tóxicas, associados ao estresse crônico, sofrimento mental, falta de  contemplação e meditação, falta de apoio social podem acelerar o mecanismo de degeneração  cerebral, e impedir a regulação epigenética (ler aqui o artigo).  

É importante ressaltar que a degeneração cerebral precoce é influenciada por uma combinação de  fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. Adotar um estilo de vida saudável e buscar  cuidados profissionais adequados podem ajudar a minimizar o risco e retardar a progressão da  degeneração cerebral.

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