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Com a palavra a ciência

A meditação é reconhecidamente capaz de aumentar a proteção epigenética e a autorregulação.  Vamos ver isso?  

Criando o estado meditativo

O estado meditativo é uma condição da mente que impacta a função cerebral e influência todos os  sistemas fisiológicos em nosso corpo. Ele é especialmente importante diante de eventos que se  repetem e deixam memórias de dor e grande frustração, nos colocando em estado de alta vigilância  e tensão, sobrecarregando nossa capacidade de adaptação biológica e envelhecendo nossas  células. Essa forma de estresse é extremamente tóxica e deve ser combatida porque essa condição  crônica compromete nossa inteligência biológica e nos tira a força e a vontade de viver. O maior feito  da inteligência biológica é sua capacidade de autorregulação e preservá-la deveria ser uma  prioridade. A autoregulação mobiliza um sofisticado mecanismo interno adaptativo que trabalha para  ajustar nossa resposta ao que nos intoxica, e nos proteger. Todos os sistemas biológicos executam  certo grau de autorregulação, mas aqueles que melhor o fazem são os rins, o coração e o cérebro. A  meditação é reconhecidamente capaz de aumentar a proteção epigenética e a autorregulação.  Vamos ver isso?  

O ESTADO MEDITATIVO  

A meditação que apresento hoje é considerada uma prática antiga do kundalini yoga. Ela atua na  regulação glandular para promover um estado estado meditativo ampliado. Este estado meditativo  poderia ser traduzido como uma condição da mente em que a pessoa não está presa aos  processamentos habituais, nem tampouco o cérebro está demandando algum tipo de ação ou  processamento emocional. Deste modo, cria-se um campo no qual estamos atentos, plenos e 

conscientes, sem contudo, estarmos focados em um ou outro evento. Este campo é o vazio, muito  corriqueiramente confundido com o silêncio. Ele é melhor definido como a ausência de anseios, e  não necessariamente ausência de ruído.  

Para se chegar a este estado naturalmente e experimentar o vazio, vamos ter que atravessar os  campos cheios de demandas, pensamentos, ideias, figuras, projeções, conhecidos no kundalini yoga  por espaço dos fenômenos. Este não é nosso destino final. É apenas uma passagem. Tudo que  surge aqui não deve ser recusado, ao contrário, devemos permitir sua existência pois, só assim, na  medida que você permite e abre ainda mais sua percepção para tudo que possa haver nesse campo  é que, eventualmente, você o atravessa e tudo se acalma. Esta zona meditativa mental é aquela em  que você sente que os fenômenos estão por ali mas, você não se prende mais em nenhum evento,  você está em tudo e em nada ao mesmo tempo.  

Na prática meditativa do kundalini yoga, normalmente esse momento chega quando se conclui a  execução da técnica. Todo o esforço da técnica é pensado para te dar, ao final, quando seus braços  voltam para uma posição de repouso, a chance de experimentar o vazio. Ele é primoroso e com  humildade permitimos a decantação da experiência meditativa.  

MEDITAÇÃO PARA CRIAR O ESTADO MEDITATIVO  

A postura: Você pode se assentar numa cadeira, no sofá, ou mesmo no chão. A coluna deve ser  mantida ereta e o queixo ligeiramente puxado para dentro. Projete o peito delicadamente para fora. Tudo muito delicado, sem exageros. Olhe para a ponta do nariz, se isso for difícil, feche os olhos e mantenha o foco na ponta do nariz.  Faça um punho firme com a mão direita e levante-a até o nível do ombro,  com o antebraço paralelo à coluna. Levante a mão esquerda até que o  pulso esteja ao nível do ombro. Dobre o punho de modo que a palma fique  para cima e os dedos apontem para a esquerda. Os dedos devem estar retos  e a palma da mão plana.  

A respiração: Inspire profundamente de maneira longa, lenta e completa. Expire completamente. Segure o ar fora  ao máximo, e quando você não puder mais segurar sem esforço, inspire profundamente. Continue  esse padrão de respiração.  

 

Tempo: Comece com 11 minutos e gradualmente aumente até o máximo de meia hora.

Para finalizar: Inspire e expire rapidamente duas vezes (2 segundos para inspirar, 2 segundos para expirar) e em  seguida, inspire, segure a respiração por 10 segundos, enquanto estique seus braços e as mãos  para cima e contraia o corpo. Expire e relaxe. Permaneça de olhos fechados e contemple sua  experiência sem interferir. Esse é o tempo em que de fato meditamos. 

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