Há uma significativa confusão em torno dos carboidratos para muitas pessoas mas é crucial ter em mente que é mais importante consumir carboidratos provenientes de alimentos saudáveis do que aderir a uma dieta rigorosa que restrinja a quantidade de gramas de carboidratos (calorias), ou as dietas low-fat (diet) e light. O tipo de carboidrato que escolhemos para a alimentação é crucial, uma vez que algumas fontes são mais benéficas para a saúde do que outras. Os carboidratos presentes nos alimentos podem ser essenciais ou muito prejudiciais. Os carboidratos presentes em alimentos feitos como farinhas e açúcares refinados, pães não fermentados lentamente, comida ultra processada, frituras, doces e biscoitos são péssimos carboidratos. Já aqueles presentes em grãos integrais, pães de fermentação lenta, verduras e sementes são considerados superalimentos.
Não se trata tanto da quantidade de carboidratos na dieta, mas sim do tipo de carboidrato que você consome. Eles são importantes em várias funções no corpo.
Os carboidratos se dividem em açúcares, fibras e amidos. A visão mais simplista diz apenas que eles são fonte importante de energia para o corpo. Mas, há muito mais. Os carboidratos são fundamentais para o fornecimento de vitaminas, minerais, antioxidantes e até proteínas para que o corpo se mantenha saudável.
Os carboidratos bons, chamados de complexos, são as fibras, essenciais para a regulação e saúde da flora intestinal, para o controle da glicose. Além de liberarem seus açúcares lentamente, as fibras são muito importante para evitar a resistência insulínica e aumentar a saciedade. Na categoria de bons carboidratos ainda temos os amidos, que são importantes pois fornecem vitaminas e minerais
ao corpo. Os carboidratos bons são os vegetais, as frutas, legumes, sementes, grãos integrais como aveia e quinoa, os tubérculos como as batatas.
Os carboidratos ruins, chamados de simples, são aqueles encontrados em refrigerantes, doces, salgadinhos, pães industrializados ou de fermentação rápida, embutidos e alimentos processados. Eles são péssimos para nosso corpo porque se transformam em açúcar no sangue de forma rápida, causando picos de glicose e insulina. Os contínuos picos de glicose e insulina causam resistência insulínica, diabetes e acúmulo de gordura no corpo, causando esteatose e problemas cardíacos. Além de serem pobres em valor nutricional, eles são uma fonte continua de adoecimento metabólico e de destruição da autorregulação do corpo.
Eu gostaria que você desse uma olhada nestes 3 carboidratos complexos, e sua importância para a saúde.
Essa leguminosa é maravilhosa. Poucos a utilizam aqui no Brasil na sua forma de grãos, e sim na forma de brotos. O feijão moyashi é nativo da Índia, onde é conhecido pelo nome de feijão moongi. Ele foi introduzido no Caribe e África e de lá se espalhou para as Américas. O feijão moyashi é verde e pequeno, com alto conteúdo protéico (200 g oferece14g de proteína) sendo uma ótima fonte de carboidrato. Além disso, ele contem manganês, magnésio, vitamina B1, B2, B3, B6, B9, selênio, fósforo, ferro, cobre, potássio e zinco.
Eu utilizo bastante esse feijão, mas como para todas as leguminosas, deixa-lo de molho uma noite inteira para eliminar os antinutrientes é essencial. Existe um macarrão feito desse feijão, inclusive será a minha receita compartilhada com vocês no próximo episódio, que é o máximo!
Esse super alimento nativo da região andina é uma fonte completa de proteína, vitaminas do complexo B e E, magnésio, ferro, potássio, cálcio, fósforo e muito antioxidantes. Ela só se parece com um cereal, mas não é. Ele não contem glúten e seu índice glicêmico é muito baixo, por isso a quinoa é uma forte aliada no controle da glicemia.
A quinoa pode ser consumida em lugar do arroz, com o arroz para enriquece-lo, como saladas, em panquecas tanto na forma de grãos quanto na forma de flocos ou mesmo como farinha. A quinoa deve ser deixada pelo menos 4 horas em água antes de ser cozida. Eu costumo deixá-la um noite inteira na água o que ajuda a retirar os antinutrientes presentes nela.
As beterrabas estão super famosas e não sem razão. Elas são uma fonte de manganês, folato, vitamina B2 e potássio, que são nutrientes importantes para promover a saúde dos ossos e músculos. Sua coloração vermelha intensa vem da presença de betaína, que é um aminoácido antioxidante, um ingrediente funcional importante. A beterraba tem 10% de sua composição de betaína. Antioxidantes desempenham um papel vital na prevenção de danos celulares, reduzindo assim o risco de desenvolvimento de doenças como câncer, as cardíacas, demência e diabetes tipo 2, entre outras.
Além disso, pesquisas indicam que as beterrabas possuem propriedades anti-inflamatórias que podem ajudar a reduzir o risco do declínio cognitivo. Embora a parte mais comumente consumida da
beterraba seja a raiz, os talos também podem ser aproveitados, sendo ricos em betacaroteno, um nutriente importante encontrado em outros vegetais como cenouras, espinafres e brócolis.